Assim como todo o nosso corpo, os olhos também passam por um processo de envelhecimento que pode ocasionar doenças como catarata e glaucoma, problemas de visão comuns na terceira idade. A boa notícia é que quando descobertos precocemente e tratados corretamente, é possível evitar a cegueira. A perda da visão, além de prejudicar a mobilidade do indivíduo, acaba afetando a sua vida social e profissional. Vamos falar um pouquinho sobre os tratamentos destas doenças:

Catarata

A catarata é um dos principais problemas de visão entre os idosos, acometendo 75% das pessoas com mais de 70 anos. Definida como opacidade do cristalino, responde pela maior causa de cegueira tratável em países em desenvolvimento, como o Brasil. Diminuição da acuidade visual, sensação de visão “nublada ou enevoada”, sensibilidade maior à luz, alteração da visão de cores e mudança frequente da refração (grau) são sintomas da catarata.

Quando perceber alguns desses sintomas, o paciente deverá procurar um oftalmologista o mais rápido possível, que detectará facilmente a presença da catarata. Quanto mais cedo é descoberta e tratada, melhor para a qualidade de vida e de visão do paciente.

A pessoa com mais de 50 anos deverá desenvolver o hábito de frequentar o oftalmologista pelo menos 1 vez ao ano, a fim de detectar eventuais problemas de visão o mais precocemente possível.

Como funciona a cirurgia da catarata?

Hoje a tecnologia permite que o cristalino danificado seja substituído por uma lente intraocular (LIO), implantada durante procedimento muito preciso e altamente tecnológico. A anestesia é feita com colírios sem a necessidade de internação.

A técnica chama-se facoemulsificação, e já é o método mais seguro e eficaz para a reabilitação visual do paciente. Todo o cristalino é aspirado através de uma microincisão (de 2-3 milímetros). A seguir é removido e substituído por uma lente intraocular de material flexível. Ela entra no olho dobrada através da incisão milimétrica.

Há diversos modelos de lentes intraoculares, algumas inclusive corrigem o astigmatismo e outros são multifocais, permitindo uma boa visão para longe e perto, corrigindo miopia, hipermetropia e vista cansada. A lente implantada no olho tem duração permanente, não necessitando ser substituída com o tempo. O paciente fica definitivamente livre da catarata e tem sua visão recuperada.

Glaucoma

Considerado a segunda maior causa de cegueira no mundo, o Glaucoma também é mais comum após os 40 anos. Doença silenciosa, compromete o nervo óptico responsável por levar as mensagens visuais ao cérebro. A lesão do nervo óptico compromete progressivamente o campo visual e a visão.

Pesquisas apontam que 50% dos pacientes que apresentam glaucoma nos países desenvolvidos desconhecem o problema.Em países em desenvolvimento, como o Brasil, o índice de desconhecimento da própria doença sobe para 90%.

O Glaucoma começa sem provocar dor ou qualquer outro sinal, e caso nada seja feito, com o passar do tempo, progride, afunilando o campo visual, até que este se feche completamente, impedindo a pessoa de enxergar.

Com causa desconhecida, o problema atinge indiscriminadamente homens e mulheres, sendo que correm mais riscos os que passaram dos 40 anos, pacientes com histórico familiar da doença, com a pressão intraocular elevada e com altos graus de miopia. Há casos, no entanto, que o glaucoma não tem relação com o aumento da pressão ocular e pode até se instalar em crianças e jovens.

Visitas anuais ao oftalmologista acompanhadas de exames de avaliação da pressão ocular, fundo de olho, campo visual e análise de fibras nervosas, funcionam para detectar e combater a evolução do glaucoma. Mesmo que o paciente apresente a doença, ela pode ser controlada com medicamentos, que seguram o comprometimento da visão. Alguns casos são passíveis de cirurgia a laser ou implante de drenagem no olho para reduzir a pressão intraocular.

Procurar um oftalmologista e fazer os exames são atitudes de prevenção que devem ser adotadas para pacientes com mais de 40 anos. Aos portadores da doença, a recomendação é que sigam corretamente o tratamento, fazendo uso do colírio, conforme recomendação médica. Assim, o glaucoma fica sob controle e evita-se a perda irreversível da visão.